Relações economia e natureza: a perspectiva neoclássica e o novo Paradigma da Economia Ecológica

Palabras clave: Crise ambiental, Economia Ambiental, Economia Ecológica, Georgescu-Roegen, Crise climática

Resumen

A partir da Revolução Industrial, a intervenção antrópica sobre o meio ambiente cresceu de forma expressiva. Para além dos desequilíbrios ambientais, tal revolução abriu caminho para uma expansão que pressionou fortemente a base de recursos naturais do planeta. Até fins de 1960, a teoria econômica não reconhecia que os problemas ambientais pudessem causar falhas substanciais e persistentes em economias de mercado. A partir desta década se inicia a generalização da preocupação e conscientização concernentes aos danos ambientais provocados pelo vigoroso desenvolvimento econômico e tecnológico em marcha. O pano de fundo para novas reflexões está nas transformações impostas pela crise estrutural e sistêmica do sistema de produção dominante, especialmente nos anos 1970, sendo a crise ecológica motivadora de novas acomodações para análises convencionais ou de rupturas estruturais. Este ensaio se propõe a trazer ao debate teórico a construção de duas matrizes analíticas importantes na compreensão da relação economia- natureza: os estudos de orientação neoclássica, com desdobramentos pós crise dos anos 1970 e o paradigma da Economia Ecológica. São feitos, adicionalmente, apontamentos e reflexões que norteiam as proposições de enfrentamento da crise climática em curso sob luz dessas matrizes. Realizou-se pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, com o intuito de estabelecer um arcabouço teórico capaz de responder ao objetivo da pesquisa. Com base nesse arcabouço, apresentam-se os fundamentos da economia neoclássica e a posterior tentativa de incorporação da problemática ambiental por parte do mainstream econômico tradicional, bem como a perspectiva da ruptura epistemológica e análise sistêmica da Economia Ecológica.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Biografía del autor/a

Valéria Feitosa Pinheiro

Universidade Regional do Cariri. Crato, Ceará, Brasil. E-mail: valeria.pinheiro@urca.br ORCID: 0000-0002-1539-2751

Adriana Correia Lima Franca

Universidade Regional do Cariri. Crato, Ceará, Brasil. E-mail: adriana.franca@urca.br ORCID: 0000-0002-5562-2515

Christiane Luci Bezerra Alves

Universidade Regional do Cariri. Crato, Ceará, Brasil. Email: christiane.alves@urca.br ORCID: 0000-0001-5987-6814

Citas

• ALVES, C.L.B. (2013) “Crise ambiental e implicações para a emergência de novos paradigmas: perspectivas da Economia Ecológica e educação ambiental crítica” in: MATOS, K. S. A. L. (organizadora). Organização ambiental e sustentabilidade IV. Fortaleza: Ed. UFC.
• ALVES, C.L.B. et al. (2018) “Mercado de trabalho e vulnerabilidade ocupacional na Região Metropolitana do Cariri” in: MORETTO, A. J. et al. As transformações no mundo do trabalho e o sistema público de emprego como instrumento de inclusão social. Fortaleza: Instituto de Desenvolvimento do Trabalho.
• ANDRADE, D. C. (2008). “Economia e meio ambiente: Aspectos teóricos e metodológicos nas visões neoclássica e da economia ecológica”. Leituras de Economia Política, Nro. 14, 1–31.
• ANTUNES, R. (2015) Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, decima sexta edição.
• BRUE, S. L. (2005) História do pensamento econômico. Tradução MIQUELINO, L. P. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
• CAMARGO, A. L. B. (2003) Desenvolvimento sustentável: dimensões e desafios. Campinas: Editora Papirus (coleção Papirus Educação).
• CAPRA, F. (2006) A teia da vida: uma nova concepção cinetífica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix.
• CARO-RAMÍREZ, E. E. (2016) “Economía ecológica: paradigmas de la economía”. Persona y Bioética. Volume 20, Nro. 2, 175-191.
• CAVALCANTI, C. (2017) “Economia ecológica: uma possível referência para o desenho de sistemas humanos realmente sustentáveis”. Redes. Volume 22, Nro. 2, 56-69.
• ______. (2010) “Concepções da economia ecológica: suas relações com a economia dominante e a economia ambiental”. Estudos Avançados. Volume 24, Nro 68, 53–67.
• CECHIN. A. D. (2010) A natureza como limite da economia: a contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen. São Paulo: Editora Senac.
• CECHIN. A. D.; VEIGA, J. E. (2010) “A economia ecológica e evolucionária de Georgescu-Roegen”. Revista de Economia Política. Volume 30, Nro. 3, p. 438-454.
• COASE, R. H. (1960) The Problem of Social Cost. The Journal of Law and Economics. [s.l], Volume 3, 1-44.
• COMMON, M.; STAGL, S. (2008) Introducción a la economía ecológica. Barcelona: Reverté.
• DALY, H. E. (1991) Steady-state Economics. Washington DC: Island Press, segunda edição.
• DALY, H. E.; FARLEY, J. (2004) Economia Ecológica: princípios e aplicações. Tradução: NOGUEIRA, A.; FEIO, G. C.; OLIVEIRA, H. N. Coleção Economia Política. Lisboa: Instituto Piaget.
• FEYERABEND, P. (1975) Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora.
• FAUCHEUX, S.; NOËL, J.F. (1995) Economia dos recursos naturais e do meio ambiente. Lisboa: Instituto Piaget.
• GALVIN, R; HEALY, N. (2020) “The Green New Deal in the United States: What it is and how to pay for it”. Energy Research & Social Science. Volume 67, 1-9.
• GEORGESCU-ROEGEN, N. (1971) The Entropy Law and the Economic Process. Cambridge, Mass, EUA: Harvard University Press.
• ______. (1975) “Energy and Economic Myths”. Southern Economic Journal, Volume 41, Nro. 3, 347-381.
• GRAY, L. C. (1914) Rent Under Assumption of Exthaustibility, Quartely Journal of Economics, , [s.l], Volume 28, 446-489.
• HARVEY, D. (2006) Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. Tradução SOBRAL, A. U.; GONÇALVES, M. S. S. Paulo: Edições Loyola, quinta edição.
• HAUWERMEIREN, S. V. (1999) Manual de economía ecológica. Santiago: Rosa Moreno, segunda edição.
• HOTELING, H. (1931) The Economics of Exhaustible Resources, Journal of Political Economy. Volume 39, Nro. 2, 137-175.
• JEVONS, W. S. (1996) A teoria da economia política. Coleção Os Economistas. São Paulo: Ed. Nova Cultural.
• LANGER, A. (2017) “Racionalidade econômica, trabalho e ecologia em André Gorz”. Caderno CRH. Volume 30, Nro. 81, 479-496.
• LEFF, E. (2007) “Precisamos de uma nova racionalidade”. SENAC e Educação Ambiental, Volume 16, Nro. 1, 8-12.
• MASTINI, R; KALLIS,G; J. HICKEL. (2021) “A Green New Deal without growth? Ecological Economics. Volume 179, 1-9.
• MEADOWS et al. (1972) The limits to growth. New York: Universe books.
• MENGER, K. (1996) Princípios de economia política. Coleção Os Economistas. São Paulo: Abril Cultural.
• MORIN, E. (2005) Ciência com consciência. Tradução ALEXANDRE, M. D.; DORIA, M. A. S. Rio de Janeiro: Bertrand, oitava edição.
• ______. (2001) Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, terceira edição.
• ______. (2000) Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez.
• OLIVEIRA, L. D de. (2012) “A geopolítica do desenvolvimento sustentável: reflexões sobre o encontro entre economia e ecologia”. Carta Internacional (USP). Volume 7, 118-139.
• PENA-VEIGA, A. (2003) O despertar ecológico: Edgar Morin e a ecologia complexa. Tradução NASCIMENTO, R.C.; NASCIMENTO, E. P. Rio de Janeiro: Garamond.
• PIGOU, A. C. (1920) Economics of Welfare. 4ª ed, Macmillan: Londres.
• REGNER, A.C.K.P. (1996) “Feyerabend e o pluralismo metodológico”. Caderno Brasileiro de Ensino da Física. Volume 13, Nro. 3, 231-247.
• ROBBINS, P. (2020) “Is less more … or is more less? Scaling the political ecologies of the future”. Political Geography. Volume 76, 1-6.
• ROMEIRO, A. R. (2011) Desenvolvimento sustentável: uma perspectiva econômico-ecológico. Texto para Discussão. Campinas: IE/UNICAMP, Nro. 195.
• ______. (2003) Economia ou Economia Política da Sustentabilidade in MAY, P.; LUSTOSA, M.C.; VINHA, V (organizadores). Economia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Campus.
• SAES, B. M.; ROMEIRO, A. R. (2018) “O debate metodológico na economia ecológica: indefinição ou pluralismo?” Nova Economia, Volume 28, Nro. 1, 127-153.
• SAMUELSON, P. NORDHAUS, W. D. (2010) Economics. Nova York: McGraw-Hill series economics, décima nona edição.
• SCHWARZ, H. (2009) “Três axiomas da economia ecológica”. Economia Global e Gestão. Volume 14, Nro. 3, 39-60.
• SCHNEIDER, F. G.; KALLIS, G.; MARTÍNEZ-ALIER, J. (2010). “Crisis or opportunity? Economic degrowth for social equity and ecological sustainability.Introduction to this special issue”. Journal of Cleaner Production, Volume 18, Nro. 6, 511-518.
• SOLOW, R. M. (1974) The Economics of Resources or the Resources of Economics.The American Economic Review. Papers and Proceedings of the Eighty-sixth Annual Meeting of the American Economic Association, Volume 64, Nro. 2, 1-14.
• STAHEL, A. W. (2009) “Capitalismo e entropia: os aspectos ideológicos de uma contradição e a busca de alternativas sustentáveis” in CAVALCANTI, C. (organizador). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco.
• STIGLITZ, J. (1974) Growth with exhaustible natural resources: Efficient and optimal growth paths. Rev. Econ. Stud, [s.l], Volume 41, 123–137.
• TINCH, R. (2018) “Debating Nature’s Value: The Role of Monetary Valuation”. In: ANDERSON, V. (ed.). Debating Nature’s Value: The Concept of ‘Natural Capital’. Springer. 39-47.
• WALRAS, L. (1996) Compêndio dos elementos da economia política pura. Coleção Os Economistas. São Paulo: Ed. Nova Cultural.
Documentos oficiais e intitucionais
• Intergovernmental Panel on Climate Change-IPCC (2018). Global Warming of 1.5°C. An IPCC Special Report on the impacts of global warming of 1.5°C above pre-industrial levels and related global greenhouse gas emission pathways, in the context of strengthening the global response to the threat of climate change, sustainable development, and efforts to eradicate poverty. MASSON-DELMOTTE, V. et al. (ed.). Cambridge: Cambridge University Press, 616p. Disponível em: . Acesso em: 22 dez 2022.
• Intergovernmental Panel on Climate Change-IPCC (2022). Mudança Climática 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade. Contribuição do Grupo de Trabalho II ao Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. HANS-OTTO, P. et al. (ed.). Cambridge: Cambridge University Press, 3056p. Disponível em: . Acesso em: 22 dez 2022.
Publicado
2023-03-28
Cómo citar
Feitosa Pinheiro, V., Lima Franca, A. C., & Bezerra Alves, C. L. (2023). Relações economia e natureza: a perspectiva neoclássica e o novo Paradigma da Economia Ecológica. Espacio Abierto, 32(1), 75-97. https://doi.org/10.5281/zenodo.7775982
Sección
Semestre