ENSAYOS-NARRATIVAS

UTOPÍA Y PRAXIS LATINOAMERICANA. AÑO: 22, n°. 79 (OCTUBRE-DICIEMBRE), 2017, PP. 141-148 REVISTA INTERNACIONAL DE FILOSOFÍA Y TEORÍA SOCIAL

CESA-FCES-UNIVERSIDAD DEL ZULIA. MARACAIBO-VENEZUELA.


O processo de narrar-se com um movimento de questionamento do tempo presente

The process of narrating yourself as a movement of questioning of the present time El proceso de narrarse como un movimiento de cuestionamiento del tiempo presente André Luiz CHAVES YANG

Carmem SILVA MACHADO

Marcos Antônio DOS SANTOS REIGOTA

Universidade de Sorocaba (UNISO), Brasil.


RESUMO


Este trabalho se relaciona teoricamente e apresenta a narrativa produzida a partir das experiências de um estudante bolsista do curso de Psicologia da Universidade de Sorocaba no programas de extensão e iniciação científica entre os anos de 2013 e 2014. O investigador e o objeto se mesclam e são mutuamente modificados em um só processo de movimento político e intelectual.

Palavras-chave: Vida cotidiana; produção de sentidos; investigação narrativa.


ABSTRACT


This work relates theoretically and presents the narrative produced from the experiences of a student of the course of psychology of the University of Sorocaba,

in the programs of extension and scientific initiation between the year 2013 and 2016. Researcher and object are mixed and modify each other in a singular process of political and intellectual movements.

Keywords: Every day life; Production of senses; Narrative research.

RESUMEN


Este trabajo se relaciona teóricamente y presenta la narrativa producida a partir de las experiencias de un estudiante con beca de estudio del curso de psicología de la Universidad de Sorocaba en los programas de extensión e iniciación científica entre 2013 y 2014. El investigador y el objeto se mezclan y son mutuamente modificados en un solo proceso de movimiento político e intelectual.

Palabras clave: Vida cotidiana; Producción de sentidos; Investigación narrativa.


Recibido: 06-07-2017 ● Aceptado: 11-08-2017


INTRODUÇÃO

As pesquisas que estudam as narrativas têm sido realizadas sobre diversas bases teóricas e metodológicas. Apesar dessa heterogeneidade, uma característica comum entre elas é a presença clara de movimentos políticos, que também são diversos 1.

Neste trabalho, o diálogo se dará sobre as bases das propostas desenvolvidas nos diálogos, trabalhos, relações e publicações, do Grupo de Pesquisa Perspectiva Ecologista de Educação coordenado pelo professor Marcos Antônio dos Santos Reigota, na Uniso e pelo Grupo de Pesquisa Práticas discursivas e Produção de Sentidos, liderado por Mary Jane Paris Spink, na PUC-SP2.

A pesquisa narrativa é de filiação construcionista, ou seja, o conhecimento produzido é fruto de um determinado momento histórico, vinculado à cultura. Em outras palavras, o saber não é absoluto e inquestionável, é político, multifacetado, relativo, em constante elaboração. A pesquisa narrativa é uma forma de acessar o subjetivo, onde o peculiar se apresenta, transfigurando os sentidos, modificando e criando outros mundos.

A narrativa “O processo de narrar-se como movimento de questionamento do tempo presente” é continuidade de um processo que iniciou em 2013 com a narrativa “Práticas sociais e processos comunitários: narrativa de um universitário”3. Esses textos foram produzidos paralelamente ao desenvolvimento das atividades de extensão universitária e iniciação científica por um estudante bolsista. São relatos sobre o contato com novos conhecimentos e seus impactos na vida cotidiana.

Vinculamos o processo de narrar-se ao de “escrita subjetiva” que, segundo Margareth Rago4, atua como um indicador de fragmento da realidade. Seguindo trilhas de Nietzsche e Foucault, ela argumenta que acreditar cegamente na objetividade é um erro, que essa ideia é alheia a condição humana. O devir é transmitido na escrita. A narrativa não se apresenta como uma imagem definitiva do objeto, mas como uma perspectiva apresentada por seu narrador, a única que este poderia transmitir. Narrar-se é um movimento contrário à perspectiva da neutralidade científica que colabora com a ideologia na produção de conhecimento, é deixar claro o “quem” e o “como” se está pesquisando.

O primeiro trecho da narrativa intitulado “Antecedentes”, trata de um breve relato de experiências que antecederam o momento da pesquisa. A história do pesquisador torna-se parte do processo de produção do conhecimento. Ao narrar-se realiza um processo analítico, pessoal, singular e intransferível que traz outros sentidos à pesquisa e permite reconhecer-se como sujeito da própria história contribuindo para a ampliação da cidadania5.

Esse trecho da narrativa apresenta de que forma um contato com história de Geraldo Vandré, ocorrido durante o lançamento de sua biografia não autorizada, de autoria do jornalista Vitor Nuzzi (2015), foi recorrida com fonte de sentidos para uma situação vivenciada pelo pesquisador narrador:


  1. REIGOTA, M (2016). “Aspectos teóricos e políticos das narrativas: ensaio pautado em um projeto transnacional”, In: CORDEIRO, R & KIND, L (Org.). Aspectos teóricos e políticos das narrativas: Ensaio pautado em um projeto transnacional. Curitiba: CRV.

  2. SPINK, MJ (1996). “Representações sociais: questionando o estado da arte”. Psicologia & Sociedade, n°.2, jul./dez. pp. 166-186. SPINK, MJ (2014). A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, Rio de Janeiro.

SPINK, MJ (1999). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. Cortez, São Paulo.

  1. YANG, A (2014). “Práticas sociais e processos comunitários: narrativa de um universitário”. Espacios Transnacionales. n°.3. Nov. 2014/abr. 2015, pp. 171-181.

  2. RAGO, M (2013). A aventura de contar-se: Feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade. EdUNICAMP, Campinas.

  3. REIGOTA, M (2010). “A contribuição política e pedagógica dos que vêm das margens”. Revista Teias, vol. 11, n°. 21, jan./abr. Rio de Janeiro, pp. 1-6.


    (...) Estava em um isolamento profundo, percebia que angustiava as pessoas ao meu redor e a cada tentativa de modificar essa situação eu intensificava o estranhamento. Essa sensação encontrou afinidade como que senti ao ouvir as histórias de Geraldo Vandré, que me surgiu como um Insigth...


    Esse processo de narrar-se é fragmentado e sequencial. Ao mesmo tempo em que possuí certa linearidade, é, em vários momentos, atravessado por outros sentidos que aparecem e reaparecem no cotidiano, evocados por similaridades, sejam elas de conteúdo afetivo, intelectual, moral, material etc. Durante a narrativa, o emaranhado de sentidos é remexido e ampliado pelos livros, documentários e eventos, o cotidiano se transforma e se reinventa.

    Relatando os estranhamentos que o conhecimento produz em seu cotidiano, o pesquisador encontra ressonância na literatura como na obra O lobo da estepe:


    (...)A mutação da realidade causada pela transformação dos sentidos, me desloca afetivamente diante de experiências estáticas. Lugares conhecidos se tornam estranhos repentinamente. Atividades agradáveis perdem suas cores. Cada mudança é um processo de luto, um desvio. Sobre essa mutação da personalidade, Hermann Hesse, descreve na sua obra “O lobo da estepe” algumas ideias sobre a mutação da personalidade e loucura...6.


    As narrativas se desenvolvem no cotidiano. Realizá-las pode ser uma forma de questionar o momento presente, em busca de alternativas. A pesquisa narrativa também explora os processos de produção e de mudança de sentidos durante o movimento de narrar-se.

    A intolerância, a violência e a destruição evidentes na explosão de agressividade que tem surgido no cenário brasileiro e no mundo, nas discussões rasas e ofensivas das redes sociais, nos discursos absurdos dos políticos na ocasião da votação do impeachment de 2015 no Brasil, onde, dentre outras insanidades, defendeu-se abertamente um torturador, o terrorismo, como o que ocorreu em Nice na França, nos impõe a necessidade de questionar o instituído, a vida cotidiana do tempo presente.

    Os elementos dessa narrativa trazem para o conhecimento público os micros movimentos únicos que ocorreram nesse período, para Yang:


    (...) O “vir a ser” é, dessa forma, transmitido também na escrita. Não se apresenta como uma imagem definitiva do objeto, mas como uma perspectiva apresentada por seu narrador, a única que este poderia transmitir. A “escrita de si” foi para mim “jogar-se no papel”, como um pote de tinta atirado na parede, inevitavelmente, alastrado. Um processo prazeroso de expansão e autoconhecimento...7


    NARRATIVA

    Antecedentes Liberdade - 2004

    Às sete horas da manhã, peguei o metrô para Liberdade depois de ter feito a baldeação na estação da Sé, vindo da Barra Funda. A plataforma de embarque parecia um formigueiro. O espaço era insuficiente, mas a escada rolante não parava, empurrava as pessoas umas sobre as outras que, assustadas, se ajeitavam e resmungavam. Era mais um dia em que tentava ignorar a preguiça de acordar cedo, o


  4. HESSE, H (1977). O lobo da estepe. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.

7 YANG, A (2014). Op. cit., pp. 171-181.


desconforto no transporte para buscar minha formação de nível superior, na expectativa de me auto sustentar financeiramente, e ter uma vida boa.

Meus colegas de apartamento, no bairro Bom Retiro, fumavam cigarros mesclados (maconha com crack) e me convidaram para fumar. Naquela época qualquer droga que chegava até mim eu experimentava. Eu gostava das fortes sensações que as drogas me causavam, também gostava de caminhar pelo bairro da Liberdade, havia ali uma grande circulação de pessoas. A padaria vivia lotada. Os enroladinhos eram caprichados no recheio, por um preço de comer dois ou três.

Às sete e meia, saindo da estação liberdade, dei de cara com uma criança de oito anos, completamente suja, com a fala pastosa, fedendo a urina e pedindo esmolas. Tomei um choque. Todos passavam sem parar e eu segui a manada para longe daquele desconforto.

Aula de geografia

O professor enrolou por duas horas para introduzir um exercício que, se levado à sério, teríamos concluído em trinta minutos. Me sentia no ensino fundamental. Como um alarme que toca, meus pensamentos se voltaram para rua. Sumi da aula, não aguentava mais aquele tédio. Cheguei à estação Tiradentes às dez e trinta. Nesse horário, não costumava usar drogas.

Sentia meus passos se apressando. Não gostava da sensação de estar com pressa para fumar crack, percebia o desejo descompassando meus batimentos cardíacos, acelerando todo meu corpo. Esse era meu objetivo. Saí da aula para fumar crack, e nada mais justificava meus passos largos. Naquele momento sabia que estava caminhando num lugar perigoso, o medo acelerava meu coração, pensava em minha família, em pedir ajuda, mas não pude acreditar que era algo para se preocupar. Eu só faria isso aquele dia.

Piedade/SP, novembro de 2006

Aos 19 anos, lá estava eu, andando pela clínica de tratamento quando observei um quadro na parede os doze passos de Narcóticos Anônimos: Terceiro passo: “Decidimos entregar nossas vidas e nossas vontades ao cuidado de um poder superior” – Fiquei angustiado. Não acredito em deuses e não queria ser obrigado a dizer que sim. Falei para o psicólogo que se tentassem me converter, o tratamento não iria funcionar. Ele perguntou se eu já havia lido Nietzsche. Solicitei a minha esposa que comprasse alguns livros.

“O Anticristo” foi barrado na chegada. Fiquei com “Gaia Ciência”, “Para Além do Bem e do Mal” e “Assim falou Zaratustra”. Uma semana depois tomei uma advertência: Se eu continuasse questionando as crenças dos outros, causando confusão mental nos internos, meus livros seriam guardados.

Sorocaba/SP. 2011

Estava frequentando Narcóticos Anônimos há cinco anos. Desempregado ouvi dizer que algumas pessoas realizavam reuniões terapêuticas e ganhavam duzentos reais por duas horas de trabalho. Pensei que poderia ser uma forma de ganhar algum dinheiro. Comentei aleatoriamente, com apenas uma pessoa, sobre minhas intenções e no outro dia fui chamado para trabalhar em uma clínica.

O ambiente dentro daquela instituição era confuso. Qualquer reclamação dos internos era diagnosticada como síndrome de abstinência. A família desesperada se sujeitava quase qualquer coisa. Eram recebidos pelos profissionais antes de falar com os parentes internados. Eles alertavam: “seu filho


vai pedir para sair, mas isso faz parte do tratamento. Vocês não podem ceder aos seus pedidos. Não podem realizar suas vontades, no final ele vai entender”.

Um dos terapeutas parecia mais coerente. Perguntei sobre a existência de cursos e fui direcionado à Unidade de pesquisa em álcool e drogas onde cursei “Aconselhamento em dependência química”. Em 2013 iniciei a graduação em Psicologia, aqui, na Universidade de Sorocaba.

Sorocaba/SP, 2013.

De olho numa bolsa de estudos e um maior envolvimento com a graduação, saia perguntando aos professores sobre os projetos de extensão e de iniciação científica. Procurava algo relacionado com a dependência química. Encontrei a professora Yoko e por indicação dela procurei Marcos Reigota que estava coordenando projeto RELETRAN em Sorocaba e um estudante bolsista era bem-vindo.

Durante o projeto, o professor pediu que eu produzisse uma narrativa sobre minhas experiências como bolsista. Ao ler esta narrativa Yoko me encheu de elogios, dizia que eu escrevia bem e que deveria escrever um livro e me deu chocolates, fiquei surpreso e muito contente. Reigota, não ficou me elogiando, mas me ajudou a acertar a gramatica do texto e encaminhou o texto para publicação.

Pude entender mais sobre as narrativas após a leitura do livro “A aventura de contar-se” de Margareth Rago. A autora apresenta a proposta de “escrita subjetiva”. Seguindo trilhas de Nietzsche e Foucault diz que o devir é transmitido na escrita. A “escrita de si” foi para mim “jogar-se no papel”, como um pote de tinta atirado na parede, inevitavelmente, alastrado. Todo esse processo de escrita foi bastante difícil e penoso, mas também foi um momento prazeroso de expansão e autoconhecimento.


DEVIRES

Sorocaba/SP, 2016.

Em flertes com a loucura

Iniciando os trabalhos de pesquisa encontrei pesquisadores e pesquisadoras que apresentam um aglomerado teórico explorando o processo de produção de sentidos. O conceito de dialogia amplifica o corpo para além da pele, faz reflexões acerca da permeabilidade dos seres e suas mutuas afetações. Entrar nessas reflexões fermentou minha noção de personalidade. As questões sobre ética são as que mais me deixam tontos num mar de possibilidades e indefinições. Reflexões que me desafiavam a rever os meus sentidos.


Arthur Bispo do Rosário e Leonilson: Os Penélope

Outro dia eu passei pelo SESC para jantar com meus filhos. Ali havia uma exposição e brevemente dei uma olhada. A exposição exigia uma jaqueta, coberta por costuras feitas à mão. A peça era toda enrugada pelo excesso de costuras, parecia meio suja, as cores eram monótonas. Sem dúvida elas escapavam dos meus conceitos sobre arte.

Numa tarde, procurando alguma coisa interessante para fazer, descobri, no site do Sesc, que haveria uma roda de conversa sobre aquela exposição. Foi ali que soube que Bispo era diagnosticado com esquizofrenia. Naquele momento visualizei a obra como um portal de acesso à loucura. Já havia


tido contato com falas sobre a expressão da subjetividade na arte, mas não tinha ainda sentido na pele a sensação de ser carregado pelo fluxo no qual as formas conduzem a um outro sentido.


São Paulo/SP, 2016

“Assassinos de um coração solitário” - Marcelo Romani

Num dia bem quente, cheguei ao meu apartamento e comecei a ler o livro “Assassinos de um coração solitário” que chegou até mim através das mãos de Marcos. Não consegui mais largar o livro, cancelei meus compromissos e o li inteiro. Eu revisitava minha história naquela narrativa e, por isso, sentia náuseas.


Instituto Candeias - O encontro com o Marcelo Romani (o escritor)

No dia vinte e cinco de maio aconteceu um evento sobre o livro com o autor, Marcelo Romani. Eu havia produzido uma narrativa sobre minhas afetações com a leitura e pretendia lê-la no evento. Já estávamos no final quando perguntaram se alguém tinha alguma pergunta ou algo a acrescentar.

Eu havia produzido uma narrativa sobre minhas experiências com o livro e queria ler. Todos ficaram esperavam enquanto eu preparava o texto no celular. Quando estava pronto rasguei o silêncio com uma leitura intima para estranhos. Ao redor os olhares eram surpresos. Minha voz ficava falhando.

Estremecido pela exposição recebi os aplausos dos colegas. Marcelo escreveu uma dedicatória em meu livro:


SEM (100) SENTIDOS

Todas essas transformações de sentidos, me desloca afetivamente diante de experiências estáticas. Os Lugares que eram conhecidos se tornam estranhos. As coisas que gostava não tem mais graça. Cada mudança é um processo de luto, um desvio.

No livro O lobo da estepe eu encontrei algumas possibilidades de sentidos sobre a transmutação da personalidade: O personagem Harry Haller passeando pelo teatro mágico ouviu dizer que o ser é formado por um número incalculável de almas, por uma multidão de egos, que dividir a unidade aparente do indivíduo nessas numerosas figuras é algo que passa por loucura... Ouviu dizer também, que os que experimentaram a destruição de seu próprio eu podem a qualquer instante reordenar os fragmentos e com isso conseguir uma variedade infinita no jogo da vida...”


Capanema/PR – junho de 2016


Já era o terceiro dia que não conseguia dormir direito. Na madrugada levantei do colchão onde estava dormindo com meus dois filhos e caminhei até a varanda. A casa estava escura e silenciosa. Eles dormiam profundamente. O céu estava escuro e estrelado e fazia muito frio.

O frio paranaense era intenso e harmonizava com a escuridão num vazio absoluto. Acendi um cigarro e comecei a pensar sobre as dificuldades que todas as minhas transformações têm causado na minha capacidade de interagir socialmente e tolerar as pessoas. Mesmo em ambientes familiares eu tinha que ficar escolhendo palavras, pois minha cabeça flutua por assuntos sobre os quais não se fala ou se faz julgamentos sem espaço para discussão.

Três meses antes, em março, passei por Marcos nos corredores da Uniso. Ele estava de passagem e só parou para dizer que iria acontecer o lançamento de um livro sobre Geraldo Vandré e que era imperdível. Eu disse “nem conheço esse cara”. O jornalista Vitor Nuzzi, lançara a biografia não autorizada de Geraldo Vandré “Uma canção interrompida”. Fui ao evento e fiquei surpreso por não saber nada sobre ele, mas percebi que isso não acontecia somente comigo, poucos dos meus amigos o conheciam. Comprei o livro que ficou guardado por quatro meses no armário.

Ali em Capanema eu estava em um isolamento profundo, percebia que angustiava as pessoas ao meu redor e a cada tentativa de melhorar eu piorava. Imerso nessa sensação Geraldo Vandré me surgiu como um Insigth. E foi naquele dia de insônia, depois de conseguir cochilar um pouco até as seis da manhã, em que peguei o meu celular e fui tomar banho ouvindo a música “para não dizer que não falei das flores...”


Año 22, n° 79


Esta revista fue editada en formato digital y publicada en octubre de 2017, por el Fondo Editorial Serbiluz, Universidad del Zulia. Maracaibo-Venezuela


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